Desde criança Galep gostava de desenhar e pintar. Seus temas favoritos eram cavalos e filmes mudos de velho oeste. Galep viveu até os dezenove anos na Sardenha e tempos depois abandonou seus estudos para dedicar-se à pintura e aos quadrinhos. Um de seus primeiros trabalhos profissionais foi a realização de desenhos animados para o mercado alemão. Logo após, passa a fazer ilustrações para diversas revistas.
Fez também ilustrações para contos e capas de uma publicação infantil do jornal Marc'Aurelio e colaborou com Modelina, um suplemento feminino do Mattino Ilustratto. Em 1938 foi requisitado pela Arnoldo Mondadori Editore e fez sua estreia em quadrinhos desenhando as histórias de Pino, il Mozzo e Le Perle del Mar d'Oman. Nesse período cria também quadrinizações de romances.
Em 1940 Galep passa a trabalhar com o editor Nerbini, em Florença, para a revista L'Avventuroso. Galep também passou a produzir roteiros que, em tempos de guerra, eram submetidos à censura de Roma. Foi nessa época que ele encurtou o nome para Galep e trabalhou até ser recrutado para um forte, em Cagliari.
Após o fim da Segunda Guerra Mundial, Galep dedicou-se à pintura e passou a ministrar aulas em dois colégios de Cagliari, até Nerbini chamá-lo para adaptar Pinóquio e alguns episódios de Mandrake. Em junho de 1948 Galep mudou-se para Milão, onde dedicou-se inteiramente num novo projeto com G. L. Bonelli, então na Editora Audace.
Ambos criaram Occhio Cupo e algum tempo depois Galep desenhou o primeiro roteiro de Tex. Inicialmente, as 32 tiras semanais que compunham cada edição de Tex eram produzidas inteiramente por Galep, mas este, aos poucos, foi sendo obrigado a recorrer à ajuda de amigos como Virgílio Muzzi e Francesco Gamba, que se revezavam com ele, ora fazendo os esboços, ora finalizando seu lápis.
Além desses dois, Galep passou a contar também com a colaboração de Mario Uggeri, Guido Zamperoni e Lino Jeva. E, graças a esses assistentes, conseguiu levar a cabo, por quase 20 anos, a tarefa de produzir um episódio de 32 tiras por semana.
Entretanto, depois de 1967, quando a produção aumentou radicalmente - agora são 110 páginas por mês, cada uma com três tiras, já não foi possível contar apenas com amigos que colaboravam nos momentos de sobrecarga, tornando-se necessário ter outros desenhistas que se revezassem com ele realizando episódios inteiros.
Consideração pessoal:
Na década de 80, eu já com meus 15, 16 anos, era e ainda sou, um apaixonado por revistas em quadrinhos, e a que mais gostava era TEX. Lembro das não poucas vezes que meu pai, José Carlos, quando voltava da cidade, pois morávamos numa fazenda onde ele era vaqueiro, trazia um gibi de TEX e fazia algum suspense para me entregar, me deixando maluco de ansiedade! Às vezes, trazia também revistas do CONAN, que eu adorava e tenho a coleção completa até hoje, assim como a de TEX e muitas outras.
De modo que, hoje, com este blog que já está na casa dos quase 7 anos, decidi postar esta homenagem ao criador de TEX, AURÉLIO GALLEPPINI, uma verdadeira lenda dos desenhos.
TEX WILLER é, sem sombra de dúvida, o mais importante herói do faroeste em todos os tempos!!! Com certeza, TEX WILLER é, em sua essência, mas importante do que o herói Ethan Edwards, interpretado pelo grande John Wayne em Rastros de ódio, ou do que Tom Dunson, personagem espetacular interpretado também por John Wayne em Rio vermelho... com um senso de justiça tão grande quanto o de Will Kane, interpretado por Gary Cooper no clássico Matar ou Morrer, ou a certeza absoluta de fazer justiça como a de Henry Fonda no filme Paixão dos Fortes, de John Ford.
Todos estes personagens incríveis, suas paixões, a controvérsia de algumas de suas ações, sua ação em favor da justiça, os locais onde desenvolveram suas histórias, suas amizades, seu sofrimento... tudo isso existe no mundo de Tex multiplicados por várias vezes.
Tex é a essência do bom faroeste. Tex é a mitologia deste gênero que veio para ficar e, se hoje são poucos faroestes feitos, existem diversas publicações do gênero em todo o mundo, inclusive Tex.
Ler gibis do Tex é viajar para lugares distantes, viver histórias maravilhosas com personagens cativantes e únicos. Só quem lê ou já leu Tex sabe do que estou falando. Longa vida ao tex!!!
Galep nasceu em 1917 e morreu em 1994.
Deixo aqui meu eterno agradecimento pelas horas e horas de alegria que passei ao longo de minha vida lendo gibis de TEX e muitas que ainda irei passar.
Obrigado, Galep!!!
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