sábado, 27 de agosto de 2011

MADRUGADA DA TRAIÇÃO




Título:Madrugada da Traição   (The Naked Dawn) 
Ano: 1955
Duração: 82min


Sinopse:Fazendeiro acaba se envolvendo num assalto para conseguir dinheiro( Não vou alargar muito para não quebrar a magia da história).


Nacionalidade:Estados Unidos
Gênero:Ação/Drama/Policial/Romance/Western


Direção: Edgar Ulmer










Arthur Kennedy Santiago(Santiago)
Betta St. John Maria Lopez(Maria Lopez)
Charlita Tita (entertainer)(Tita (entertainer))
Eugene Iglesias Manuel Lopez(Manuel Lopez)
Francis McDonald Railroad guard(Railroad guard)
Roy Engel Guntz (fence)(Guntz (fence))
Tony Martinez Vicente(Vicente)



COMENTÁRIO:

Tudo o que o cinema pode exprimir se encontra neste “pequeno” filme, meio-western, meio-filme de aventuras, de uma limpidez e riqueza de sentido que se aproxima do sublime. Em vinte e cinco anos de carreira, Ulmer teve tempo de digerir as influências mais distantes e mais fecundas ( o Kammerspiel pela expressividade dos cenários reduzidos, Murnau pela universalidade e densidade cósmicas do tema). Pressionado pelas circunstâncias, ele cultivou igualmente, até os limites da genialidade, seu sentido de economia dramática; na verdade, senso de economia em todos os sentidos. Madrugada da traição representa a súmula de sua obra, mas ao mesmo tempo é um filme tão simples, tão acessível que pode lhe servir de introdução. É uma “morality play” ( fábula de dimensão moral, anterior à Renascença), gênero tão amado por seu autor, que conta a história de um homem cheio de defeitos mas ainda maleável que entra, graças a um irmão mais velho, por um caminho no qual ele tenha talvez a chance de se aperfeiçoar. Seu mentor é um ladrão, personagem não-respeitável por excelência, mas que tem a seu favor a experiência e a lucidez.Ao contrário do jovem, este não é um falastrão e não se utiliza de “máscaras” na convivência social.
Isto é apenas a trama da obra, que contém também uma parábola de diversos níveis e oferece uma série muito rica de variações sobre a errância e a vida sedentária, a dilapidação e a acumulação de bens, a exclusão, a participação,a lucidez e a hipocrisia. Toda verdade, nesta narrativa de diálogos literários e plenos de sentido, é nuançada por seu contrário. Formalmente, o filme reflete esta dualidade. Para seu segundo filme em cores ( o primeiro, Babes in Bagdad, 1952, era uma farsa onde a cor era utilizada de forma burlesca), Ulmer confere às aparências uma doçura, uma luminosidade, uma redondez, uma riqueza de pátina que poder-se-ia chamar de renoiriana ( ver com efeito sua pintura do personagem de Betta St. John). Ao mesmo tempo, através do personagem de Arthur Kennedy, o filme destila uma melancolia pungente, que facilmente se alça ao nível do trágico. O talento único do cineasta está completamente contido na primeira seqüência ( um aventureiro ajuda seu companheiro morrer). Aqui, a emoção atinge seu auge, já se mostra uma emoção de fim de filme, embora a história mal tenha começado.
Quem sou eu para dizer que este filme é uma obra-prima. Seria melhor perguntar para John Ford, Howard Hawks, Budd Boettincher... Apenas posso garantir que, quando acabei de assistir a este maravilhoso filme, encontrei-me com um grande sorriso na boca... De admiração e de felicidade!!!


GRANDE ABRAÇO A TODOS QUE ACOMPANHAM O ''SOMBRAS VERMELHAS''... 


Ass. JACK BAUER(Jean Carlos)


PREÇO DESTE FILME: 40,00






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FILME DE ÓTIMA QUALIDADE DE IMAGEM E SOM. COLORIDO. LEGENDADO.